Um avivar das raizes

Um avivar das raizes

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Siglas Poveiras





As siglas poveiras são uma forma de "proto-escrita primitiva", já que se trata de um sistema de comunicação visual rudimentar; devem-se a colonos Vikings que passaram o seu sistema de escrita para a população poveira há cerca de mil anos atrás. As siglas eram usadas como brasão ou assinatura familiar para assinalar os seus pertences - também existiram na Escandinávia, onde eram chamados de bomärken, e de onde esta tradição provém.
No passado, era também usado para recordar coisas como casamentos, viagens ou dívidas. Devido a isso eram conhecidas como a "escrita" poveira, sendo bastante usada porque muitos dos habitantes desconheciam o alfabeto latino, e assim as runas adquiriram bastante utilidade. Os vendedores usavam-nas no seu livro de conta fiada, sendo lidas e reconhecidas por estes tal como nós reconhecemos um nome escrito em caracteres latino. As siglas-base consistiam num número bastante restrito de símbolos dos quais derivavam a maioria das marcas familiares; estes símbolos incluíam o arpão, o coice, a colhorda, a lanchinha, o sarilho, o pique (incluindo a grade que era composta de piques cruzados). Muitos destes símbolos são bastante semelhantes aos que são encontrados no Norte da Europa e geralmente possuiam uma conotação mágico-religiosa de protecção quando pintados nos barcos.
Siglas antigas podem ainda ser encontradas na actual Igreja Matriz (Matriz desde 1757) e na Igreja da Lapa (na Póvoa de Varzim), na Capela de Santa Cruz (em Balasar), em vários locais religiosos do Noroeste Peninsular e são ainda usados de forma cada vez mais ligeira por algumas famílias de pescadores. A mesa da sacristia da antiga Igreja da Misericórdia, que serviu de Matriz até 1757, guardava em si milhares de siglas que serviriam para um estudo mais aprofundado, mas foi destruída quando a igreja foi demolida. Os poveiros escreviam a sua sigla na mesa da Igreja Matriz quando se casavam, como forma a registar o evento.
As siglas eram passadas do pai para o filho mais novo, já que na tradição poveira que ainda perdura, o herdeiro da família é o filho mais novo tal como na antiga Bretanha e Dinamarca; aos outros filhos eram dadas a mesma sigla mas com traços, chamados de «pique». Assim, o filho mais velho tem um pique, o segundo dois, e por ai em diante, até ao filho mais novo que não teria nenhum pique, herdando assim o mesmo símbolo que o seu pai. O filho mais novo é o herdeiro da família, pois era esperado que tomasse conta dos seus pais quando estes se tornassem idosos. Também, e ao contrário do resto do país, é a mulher que governa e dirige a família - este matriarcado radica no facto de o homem estar normalmente a pescar no mar, sendo muito provavelmente uma reminiscência de costumes matrilocais muito antigos.




http://www.cm-pvarzim.pt/turismo/conhecer-a-povoa/siglas-poveiras

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Igreja de Santa Cristina de Serzedelo







Cronologia
1071 / 1072 - Data da inscrição funerária existente no sarcófago com alusão a Galindus, provavelmente Galindus Gonzalvis, pai de Soeiro Galindes, Senhor de Riba-Cávado, casado com D. Goína Pais, bisneta do Conde D. Paio Vermudes, presor da Terra da Vinha (BARROCA, 2000); José Mattoso aponta para outro provável Galindus Gonzalvis, casado com Vistregia, pai de Patrina e de Trutesendo Galindes, este último fundador do Mosteiro de Paço de Sousa (v. PT011311220003); séc. 11, final - Provável data da inscrição, possivelmente pertencente a um monumento funerário de Sesnando (BARROCA, 2000); séc. 12 - segundo José António Almeida existia no local um convento dos Eremitas de Santo Agostinho, que terá pertencido aos Templários, tendo passado posteriormente depois para a Comenda da Ordem de Cristo (ALMEIDA, 1976); segundo Pinho Leal o mosteiro pertencia à Ordem de São Bento (PINHO LEAL, 1873); séc. 13, meados - provável reedificação da igreja (ALMEIDA, 1978); séc. 14 - construção da capela funerária adossada a S. da capela-mor; séc. 15 - a igreja passa a ser abadia secular; posteriormente passa a reitoria; séc. 16, primeira metade - execução das pinturas murais; séc. 18 - construção do tecto de caixotões da capela-mor; 1717, 2 Setembro - na Visitação é referido que "o fabriqueiro não tem dado satisfação às obras mandadas fazer na visita passada, com é telhar a Capela Maior da Igreja, consertar a vidraça..."; 1718, 18 Agosto - segundo a Visitação foram colocadas as redes nas frestas, faltando tapar a porta lateral do exonártex; 1720, 2 Dezembro - segundo a Visitação ainda não foi colocada a vidraça nem as telhas na capela-mor; 1723, 26 Novembro - segundo refere a Visitação " Acho o corpo da igreja tão escuro e falto de luz que se não escusa abrir-se nela uma fresta de bom tamanho, que tenha cinco palmos de alto e quatro de largo com sua grade de ferro, vidraça e rede de arame (...) os fregueses mandarão abrir da parte da pia baptismal, na forma que determino em termo de três meses sob pena de 3000 réis (...) também a porta travessa da parte da dita pia está muito baixa e incapaz para ela sair o palio, cruzes e mais paramentos das procissões, pelo que mando os fregueses ou a levantem ou façam uma de novo mais abaixo da que está"; a questão da porta teria de ser resolvida no prazo de 4 meses, sob pena de 4000 réis pagos pelo juiz da igreja; 1724, 25 Outubro - a Visitação menciona que nenhuma das obras ordenadas foi executada; 1725, 27 Novembro - a Visitação refere que devido à dificuldade em se abrir uma janela no local onde estava a pia baptismal, pois a parede era bastante grossa, que a pia se mude para o exonártex, do lado esquerdo do portal, rodeada por grades altas; 1726, 1 Novembro - a Visitação refere que a pia baptismal já foi mudada, mas que as grades poderão ser dispensadas por não haver espaço; 1729, 2 Agosto - segundo a Visitação, os fregueses deverão arranjar o forro da igreja, junto ao arco e telhar o cabido da porta travessa, do lado da Epístola; 1730, 26 Junho - a Visitação menciona que as obras ordenadas não foram feitas; as casas da Residência e recolhimento de frutos ameaçavam ruína, pelo que seria um prejuízo para o Comendador da Igreja, o Conde da Ericeira; 1731, 16 Setembro - Visitação dando conta que as casas da Residência ainda estavam arruinadas; determina-se que se rasgue uma fresta na capela-mor, ao pé do arco triunfal; 1733, 7 Dezembro - a visitação dá conta que as obras da casa da Residência ainda não foram feitas; a despesa pertencia ao Comendador; 1739 - a Visitação determina que se limpe a pia baptismal, assim como o sacrário, retábulos, imagens, paredes, forros; segundo o visitador, o padre terá de limpar a igreja pelo menos quatro vezes por ano; 1743, 10 Novembro - a Visitação menciona que a igreja se encontra muito abaixo do nível do adro, que para lá entrar tem de se descer três degraus; existem muitas inundações devido a sua situação rebaixada; é também demasiado escura; o visitador ordena que se encha de terra o pavimento interior da igreja, de modo a ficar nivelado com a capela-mor; que se disponham as campas como estavam; que se levantem os retábulos colaterais; parte da porta travessa do lado da Epístola terá de ser entaipada; por cima da porta lateral da nave, do lado da Epístola terá de ser aberta uma fresta; os guarda-pós dos retábulos deverão ser arranjados; 1744, 10 Novembro - o visitador revoga a ordem de enchimento do pavimento interior de terra, devido à intenção dos moradores mudarem a igreja para junto do Calvário; o visitador ordena ainda que se doure o frontal do retábulo-mor; 1746, 20 Novembro - devido à falta de dinheiro para as obras o visitador determina que o padre no termo do mês dê parte da Mesa da Consciência para a obra do douramento do frontal do retábulo-mor; no prazo de dois meses será feito o cruzeiro fronteiro à igreja; 1760, 29 Fevereiro - o visitador determina que se arranje os caibros do forro por cima do coro, assim como todo o telhado, usando a telha e cal que for necessária; 1780 - segundo o Abade de Tagilde a igreja recebeu uma visitação neste ano, sendo reconhecida a necessidade de reformar a igreja e se fizesse importantes obras; os fregueses forma com embargos à Relação primaz, que confirmou o mandato do visitador; subiu recurso à Coroa, que ordenou que o visitador procedesse com justiça; 1784 - perante o visitador foi resolvido fazer uma nova igreja junto do Calvário, no entanto esta obra nunca chegou a ser feita; séc. 19 - provável reforma da igreja, nomeadamente construção de novos retábulos e sanefa do arco triunfal; 1941, Fevereiro - um ciclone causa diversos estragos na igreja; 1942, Junho - início das grandes obras de restauro do edifício, levadas a cabo pela DGEMN *1; 1957 - a igreja é reaberta ao culto, apesar de as obras não estarem totalmente concluídas; 1981 - carta do páraco de Serzedelo, Padre Manuel Dias da Silva Salgado, ao Ministro das Obras Públicas, dando conta da necessidade da construção de uma nova igreja paroquial, na proximidade da antiga; 1990, 7 Novembro - carta do páraco José António Fernandes Antunes ao presidente do IPPC dando conta que o adro estava em estado de abandono, pois as obras nunca haviam sido concluídas, e que a rampa que foi construída permitia a entrada de águas pluviais no interior da igreja; 1993 - a igreja já não apresentava culto.





Enquadramento
Rural, isolado, implantado no centro de amplo terreiro trapezoidal, pontuado por algumas árvores. O terreiro é delimitado a S. por casas de habitação, e a N. pela EN. No extremo O. encontra-se o cemitério da freguesia. A igreja encontra-se rodeada por adro murado, em quota inferior ao terreiro, desenvolvido em patamares devido ao declive do terreno, com acesso a O., fronteiro à fachada principal, a S., por escadaria, junto à sacristia, e a E, também por escadaria, junto à fachada posterior. Apresenta pavimento em laje de granito, frontalmente e lateralmente, a lateral S. com estreito corredor junto à parede, e o restante em terra batida. Junto à fachada lateral N. encontram-se quatro sarcófagos, dois deles ainda com tampas, apresentando uma delas uma inscrição.


Descrição
Planta longitudinal composta por exonártex fechado e nave única rectangulares, capela-mor quadrangular, com sacristia, também quadrangular, adossada lateralmente a S. e muro campanário disposto lateralmente em relação à fachada principal, também a S.. Volumes escalonados de dominante horizontal, com nave mais alta do que os restantes volumes. Coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas em alvenaria de granito, com embasamento, na fachada lateral S., no corpo da nave, escalonado. Remates das fachadas de topo em empena coroadas por cruzes páteas no exonártex e nave e cruz florenciada na capela-mor, e das laterais por cornija suportada por cachorrada lisa. Fachada principal orientada, com pano do exonártex aberto por portal, com consolas suportando tímpano, inscrito em duas arquivoltas ligeiramente quebrados, com impostas destacadas. A primeira arquivolta é enquadrada exteriormente por friso em dente de serra e dois sulcos simples que a percorrem inferiormente. Em ambas as arquivoltas existem alguns silhares com siglas. A encimar o portal encontra-se fresta inscrita em arco pleno enquadrado por dois sulcos, à semelhança da arquivolta do portal. Pano da nave, com fresta, parcialmente oculta, enquadrada por arquivolta plena. Fachada lateral N., com pano do exonártex e da nave percorrido por cachorros que suportariam alpendre, no da nave encimados por pingadouro. Neste pano rasga-se portal com consolas suportando tímpano decorado por cruz pátea vazada, enquadrado por arquivolta ligeiramente quebrada. Junto ao portal, do lado esquerdo encontra-se silhar com inscrição. Pano da capela-mor rasgado por fresta, ladeada por dois cachorros, colocados a diferentes alturas. Fachada lateral S. igualmente percorrida por cachorros, na nave e na sacristia, encimados por pingadouro. Pano do exonártex com portal, semelhante ao da fachada oposta, apenas com a diferença que a cruz pátea do tímpano não é vazada. É ladeado superiormente, do lado esquerdo, por fresta. Pano da nave, com contraforte abaixo do pindadouro, e a cima sequência de três frestras. No estremo direito outro portal, com consolas suportando tímpano, vazado com cruz pátea, enquadrado por arquivolta plena. Pano da sacristia perpendicular ao da nave rasgado por portal em arco quebrado, enquadrado superiormente por arquivolta, também quebrada, e entre os cachorros dois escudos. Acima do pingadouro rasga-se fresta. Fachada posterior com panos da nave e capela-mor rasgados por fresta e pano da sacristia com janela em arco quebrado, mainelada, com impostas destacadas, e pequeno óculo quadrilobado na enjunta. Muro campanário em alvenaria de granito, com sineira no topo, ao centro, em empena, com duas ventanas em arco pleno e acesso por escada de ferro. INTERIOR com paredes em alvenaria de granito. Exonártex com cobertura em masseira de madeira com o travejamento à vista. Pavimento em taburnos de madeira e guias de granito. Do lado do Evangelho encontra-se baptistério sobre plataforma de granito, com pia baptismal de taça e coluna octogonal. Na parede rasgam-se dois arcossólios, ligeiramente quebrados, enquadrados por arquivolta. Parede do lado da Epístola com portal de comunicação com o exterior, enquadrado por arco pleno, com siglas nos seguintes do fecho, assente em imposta destacada. Parede testeira com portal de acesso à nave, com consolas suportando tímpano vazado por cruz pátea. É enquadrado por três arquivolta, a exterior decorada por friso de lanças. Nave com cobertura e pavimento igual ao do exonártex. Parede do lado da Epístola com púlpito de base granítica, rectangular, assente em modilhão, e guarda vazada em balaustrada de madeira. Acesso por escada de madeira. Em ambas as paredes rasgam-se portais de acesso ao exterior, ladeados por pia de água benta gomada. Arco triunfal pleno assente em colunas fuste com vestígios de pintura mural de arabescos e capites fitomórficos. Nesta parede encontram-se vestígios de pintura mural, superiormente com arabescos, e a ladear o arco triunfal, prolongando-se para as paredes laterais da nave, com representação de vários santos, delimitados por painéis. Nestes painéis, do lado do Evangelho, encontra-se a representação "O martírio de São Sebastião", e um anjo, e do lado da Epístola "A coroação da Virgem" e Santo António. Ainda neste último lado, mas na parede lateral da nave, encontra-se um painel com São Brás. Capela-mor com cobertura em tecto de masseira de, decorado por caixotões de talha dourada com pintura de medalhões fitomórficos. Pavimento em laje de granito. Parede testeira com altar recto de granito com sacrário de talha, sobre supedâneo de dois degraus. A encimar o altar rasga-se fresta inscrita em arco pleno. A parede apresenta vestígios de pintura mural, com painéis figurativos, um deles representando "O milagre de São Martinho", com o santo representado a cavalo, com chapéu emplumado, espada na mão e oferecendo o seu manto a um mendigo. Apresenta igualmente decoração com motivos de arabescos, prolongando-se para a parede lateral, do lado da Epístola. Nesta última abre-se porta de verga recta, emoldurada, de acesso à sacristia, ladeada por nicho, encimada por fresta entaipada, inscrita em arco pleno. Sacristia com cobertura de madeira com travejamento à vista assente em cachorrada com sulcos marcados, do lado do Evangelho. Parede testeira com vestígios de pintura mural, bastante esbatidos, prolongando-se para a lateral esquerda. Parede fundeira com lavabo, com reservatório parcialmente oculto por espaldar rectangular com torneira e taça oval.




Tipologia
Arquitectura religiosa, românica, gótica, quinhentista e barroca. Igreja monacal de estrutura românica, composta por exonártex fechado, nave única, capela-mor, primitiva capela funerária gótica, usada posteriormente como sacristia, adossada lateralmente à capela-mor e muro campanário junto à fachada principal. O exonártex, possivelmente de construção mais tardia, com algumas semelhanças ao da Igreja de São Miguel de Vilarinho (v. PT011314320008), em Santo Tirso, apresenta a fachada principal com os mesmos formulários construtivos e decorativos de uma fachada principal de uma igreja românica, construído mais baixo do que a nave, de modo a se diferenciar desta. Os portais deste espaço apresentam arquivoltas ligeiramente quebradas seguindo uma solução de transição para o gótico. Os portais da nave, tanto o axial como os laterais, apresentam arquivoltas plenas, o primeiro mais profundo. Os portais do exonártex, assim como os da nave, apresentam consolas a suportar o tímpano, sendo o axial da nave e os laterais, decorados com cruzes páteas. Antes dos restauros iniciados nos anos 40, apenas o lateral do exonártex apresentava esta morfologia, que se manteve, os restantes não tinham consolas nem tímpanos, sendo estes feitos à semelhança do primeiro. Os portais axiais apresentam decoração a enquadrar as arquivoltas, no exonártex, friso em dente de serra e na nave, motivo de lanças. Os portais, bastante simples, apresentam semelhanças na linguagem decorativa com os da Igreja de São Miguel do Castelo (v. PT010308340006), em Guimarães. A iluminação é feita através de frestas que se rasgam acima dos portais axiais, em arquivolta plena, nas fachadas laterais, acima do arco triunfal e no topo da cabeceira. Os topos das fachadas são em empena, no exonártex e na nave coroadas por cruzes páteas e na capela-mor por cruz florenciada. Fachadas laterais com remates em cachorrada simples, percorridas por cachorros que suportariam alpendre, no panos do exonártex e nave, sendo nestes últimos percorridos por pingadouros. Panos do corpo gótico com acesso principal em arco quebrado, encimado por cachorros, também para alpendre, e entre estes escudos. Na fachada posterior rasga-se janela em arco quebrado mainelada. Interior com coberturas em madeira, na capela-mor em masseira decorada por caixotões de talha barrocos. Pavimentos em taburnos no exonártex e nave e em laje de granito na capela-mor e sacristia. Exonártex com parede lateral rasgada por arcossólios, também ligeiramente quebrados. Arco triunfal pleno, assente em capitéis fitomórficos, bastante alto, possivelmente de uma fase mais tardia do românico. Pinturas murais quinhentistas, com decoração de arabescos e representação de Santos.


Fonte : www.monumentos.pt

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ponte da Ucanha










A Ponte da Ucanha constitui o mais bem conservado exemplo de uma ponte fortificada no nosso país. Construída sobre o rio Varosa, esta ponte evidencia-se sobretudo devido à imponente torre que se situa sobre uma dassuas extremidades. Por isso, o monumento também é conhecido como Torre da Ucanha.
A ponte é arqueada e composta por um arco grande e quatro pequenos, estando actualmente interdito o tráfego de veículos, excepto os de duas rodas. O acesso do lado sul é feito através de um túnel, que passa sob a torre.A necessidade de defesa estava,relacionada com a proximidade do mosteiro cisterciense de Santa Maria de Salzedas, de cujo couto a vila de Ucanha era cabeça.
A sua existência já vem documentada no século XII. D. Afonso Henriques doou,no ano de1163, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, acrescentando-lhe o território de Ucanha. A ponte deve ter sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava ali perto. Teresa Afonso, fundadora do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, doou ao convento o couto que recebera do rei e foram os monges quem mais beneficiou da velha ponte, convertida em apreciável fonte de rendimento pelos direitos de portagem que seriam cobrados.
Em 1324, D. Dinis pretendeu favorecer as gentes e vila de Castro Rei, concedendo-lhes o privilégio da passagem de Moimenta para Lamego, mas face à pressão dos frades de Salzedas, o rei confirmou tal privilégio a Ucanha.