Um avivar das raizes

Um avivar das raizes

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mértola Festival Islâmico 2011



Entre os dias 19 e 22 deste mês de Maio decorreu em Mértola a 6ª edição do Festival Islâmico.Este festival realiza-se de 2 em 2 anos para que, segundo a organização, seja assim mais desejado. Verdadeiro encontro de culturas. O ponto alto deste evento é o souk (mercado árabe)que fica situado na parte velha da vila com acesso directo á mesquita e ao castelo.
Toda a zona do souk fica envolvida em aromas de incenso, sândalo, chá de menta e especiarias.No ar sente-se a mistura de vozes e melodias que dão cor ao quotidiano da pacata vila de Mértola. Os concertos realizaram-se de noite junto ao cais de Mértola e nos largos da vila e são sempre compostos de ritmos exóticos com forte componente Islâmica.
Gostei....


Musica de Eduardo Ramos, canta e toca alaúde árabe entre outros instrumentos árabes.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto







Os cronistas regulares não acordam no nome do fundador deste notável Mosteiro, para uns Hermínio Fafes, para outros Gomes Soeiro. Porém estas afirmações não merecem crédito, embora na então sala do Capítulo do Mosteiro se tivesse colocado um pretenso retrato do segundo, como fundador, nem deverá conceder-se maior importância ao informe de Frei Leão de S. Tomás, de que no Mosteiro haviam aparecido sepulturas datadas de 670 e 701. Certo é que o Mosteiro existia já em princípios do Séc. XII, não se conhecendo com exactidão desde quando, e que os seus padroeiros eram os descendentes do rico-homem D. Gomes Mendes, “Guedeão”, que viveu em meados desse século, certamente porque foi dele o Mosteiro próprio de seus antepassados, dominantes na terra de Basto e, por aquela possessão, seus fundadores e senhores do luar de “Refúgios”.
O mais antigo desses nobres possessores é um “domno” Mendo, que viveu na segunda metade do século XI e de cuja ascendência nada se pode determinar de provável. Sucedeu-lhe nestas propriedades – “Villa” e respectivo “acistério” de S. Miguel – o filho, que os linhagistas medievais registaram com o nome de D. Gueda “O Velho”, para o distinguirem de outros homónimos, seus descendentes. É, indubitavelmente, um grande rico-homem da “escola” do Conde D. Henrique, D. Teresa e de D. Afonso Henriques.
No século XIII, a maior parte do padroado do Mosteiro passou de Gomes Mendes “Guedeão” a seu filho D. Egas Gomes Barroso. Dele passou à sua descendência, principalmente Gonçalo Viegas e Gomes Viegas “de Basto”. Estes e muitos outros padroeiros de Refojos eram proprietários nobres de locais à roda do convento nos séculos XII e XIII.
No século XIV, foi o Vasco Gonçalves “Barroso”, primeiro marido da que foi esposa do condestável D. Nuno Álvares Pereira, D. Leonor de Alvim; e esse seu filho de algo dotou o Mosteiro com muitos haveres. O rei D. Afonso Henriques havia coutado este Mosteiro ao seu abade Bento Mendes, por 800 maravedis; e pela inquirição se vê que nele se compreenderam, além do Mosteiro, as paróquias de S. Pedro de Alvite e Sta. Maria de Outeiro, respectivamente com dezassete e trinta casas. A igreja do Mosteiro era obrigada a dar apenas por ano quarenta maravedis velhos à Coroa.
D. Dinis, em 20/12/1223, deu carta “a Martim Gil priol do mosteyro de Reffojos de Basto e procurador do Abade e Convento do dito mosteyro” a respeito do escambo que Pero Foncinha e o comendador do “Barro” – Rio Gonçalves “tinham feito pelo rei e em seu nome pelas herdades em Adaúfe e em Crespos” por outros que os monges tinham em Vilalva dadas “pera sua pobra de Vila Real”.
O Mosteiro de Refojos de Basto era governado por abades perpétuos, mas no reinado de D. Duarte passou a sê-lo por abades comendatários. Foi o primeiro D. Gonçalo Borges, em cuja família o cargo de manteve por 109 anos. Depois da morte de Francisco Borges, último daquela família, sucedeu-lhe D. Duarte, filho bastardo de D. João III, que veio a ascender ao arcebispado de Braga.
Foi seu sucessor o ilustre Frei Diogo de Murça, jerónimo, que governou a casa com o título de administrador perpétuo. Pediu este ao Papa Paulo III que extinguisse o Mosteiro e permitisse que as suas rendas fossem aplicadas a dois colégios que se deveriam fundar em Coimbra, um de S. Bento e outro de S. Jerónimo. O sobrante seria para construir um outro colégio para 12 pobres. O pontífice anuiu ao pedido e expediram-se as bulas nesse sentido, recebidas por Frei Diogo de Murça, em Coimbra, onde então reitorava a Universidade.
Os padres, porém apelaram destas bulas e Frei Diogo reconsiderou, rogando para Roma que se mantivesse o Mosteiro com 12 padres e um prior e fosse reformado com os demais. Paulo IV acedeu a este novo pedido em 1555. Frei Diogo de Murça morreu no Mosteiro em 1570 e nele foi sepultado.
D. João Pinto, Cónego regrante de Sta. Cruz de Coimbra foi o último abade comendatário e, por bula de S. Pio V, o governo do Mosteiro foi entregue a abades trienais.
Gozou o Mosteiro de Refojos de Basto de avultadas rendas, quase todas em Trás-os-Montes, que eram divididas a meio com a Casa de Bragança, por serem herança do já referido Vasco Gonçalves “Barroso”, que foi sepultado no Mosteiro. A Igreja do Convento foi reconstruída em 1690, ficando com duas torres soberbas e muito elegantes.
O Mosteiro foi vendido pelo Estado, depois da extinção das Ordens Religiosas, em 1834.



Fonte :
http://www.cabeceirasdebasto.pt/

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Castelo de Palmela - Igreja de Santa Maria




Monumento classificado de interesse nacional desde 1910, o Castelo de Palmela apresenta um elevado e reconhecido interesse histórico e patrimonial, sendo alvo de um projecto de Recuperação e Animação (PRAC) desde 1992, estabelecido a partir de um programa criado para este efeito.A igreja de Santa Maria do Castelo, foi construída dentro do Castelo de Palmela no final do século XII, inícios do século XIII. Este templo actualmente em ruínas deve a sua fundação à Ordem de Santiago. Neste vídeo podemos visitar o interior da igreja em ruínas com vestígios de azulejos do século XVII. Entre outros vestígios arqueológicos que se vêem no chão destacam-se as lápides funerárias.



Gabinete de Estudos sobre a Ordem de Santiago (GEsOS


Na sequência dos diversos trabalhos de recuperação realizados no Castelo, a intervenção na Sacristia da Igreja de Santa Maria considerava-se como a mais ambicionada de modo a deter o avanço do tempo sobre as suas frágeis ruínas.
A Igreja, considerada a sede da primeira paróquia da Vila de Palmela, foi erigida no século XII em pleno Período Românico, encontrando-se em ruínas desde 1755 em consequência do grande terramoto, restando do conjunto os portais de entrada e a Sacristia.
A intervenção prevista para o local consistiu na recuperação do módulo correspondente à Sacristia para instalação do Gabinete de Estudos sobre a Ordem de Santiago (GEsOS).


(...)

Recuperação de elementos existentes

A intervenção de recuperação efectuada no interior e exterior da Sacristia compreendeu diversos trabalhos de reparação de rebocos em paramentos de alvenaria de pedra irregular argamassada.
Os muros de pedra, juntamente com o pavimento de acesso no exterior da Sacristia e que indicam ao visitante a direcção da entrada,foram totalmente revistos de modo a repor a uniformidade e rigidez ao conjunto.
Em consequência da época de chuvas, o muro exterior à igreja encontrava-se em grande parte derrubado. A sua reconstrução foi efectuada através da utilização de técnicas tradicionais que passaram pela escolha criteriosa das pedras a utilizar, ensaios às argamassas de assentamento e de reboco, nomeadamente ao nível da respectiva constituição mineralógica e cromática.



Interior das ruínas da igreja de Santa Maria



Insígnia da Ordem de Santiago



Alçado Norte da Igreja com torreão ao fundo

Interior da Igreja antes das obras de restauro


Excerto de texto de Rosa Bastos
http://www.monumenta.pt
Fotos a cores : Pedrascomemoria.blogspot.com
Foto a P/B : Google